quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Entrevista da semana: Banda Johnny & Alfredo & Seus Neurônios Mongóis


Confiram um bate papo com a banda Johnny & Alfredo & Seus Neurônios Mongóis. Eles se apresentam na Jambolada nesse sábado as 20:30.


1. Em primeiro lugar pessoal, aquelas velhas informações... quem é e o que faz na banda, como se formou, desde quando, ex-bandas, de onde veio esse nome doido e tudo mais.

Tcherj: Eu e meu irmão temos banda desde pequenos, começamos com o Kaoz que era uma banda dos primórdios do Rock N Roll uberlandense, que seus ex-integrantes formaram várias bandas fortes do cenário atual, e não paramos mais. Eu mesmo já toquei em outras bandas também como Evasão Vital e Mestre Splinter, até me firmar como baterista do Johnny & Alfredo.

Meu irmão BRIX já tocou no Kaoz comigo e fez parte fundamental das guitarras de bandas conhecidas no cenário nacional como o Dead Smurfs.

Morávamos em uma casa “semi-abandonada” quando tivemos a grande idéia de que rolava de ter bateria em casa. Foi quando o Rock N Roll livre começou a fervilhar nesse embrião que precisou de pouco tempo para que se forma-se naturalmente com os outros integrantes.

Anymore Jey Jey Banana é vocalista e irmã mais nova, tem experiência de teatro e interpretação.

Igordino Paladino, baixista e saxofonista, já tocou em algumas bandas de colégio militares e coisas do gênero, além de ser meu cunhado.

O ModaFocka é o outro vocalista, bróder das antigas que nunca participou de banda nenhuma devido sua preguiça. Na verdade ele tentou ser roadie do Kaoz em um show que ele nem compareceu. De tanto o BRIX insistir ele um dia disse sim para complementar os vocais da banda. Descobrimos depois que ele é primo do Igordino. A banda tá tudo em família.

Já o nome vem de uma compilação de várias idéias. Todas as bandas tem problemas para escolher um nome. Por que não escolher todos? Todo mundo que ia entrando vai colocando um nome, e ao invés de escolher, vamos juntar tudo. Mas o povo acaba lembrando mesmo só dos primeiros, que já é imenso: Johnny & Alfredo & Seus Neurônios Mongóis. Acaba virando estratégia marketeira pois sempre ocupa muito espaço nos flyers, hehe.


2. Como rolam os ensaios, já que tem membro da banda morando em outra cidade?

Tcherj: Tem seus prós e contras. A gente sempre ensaia quando está junto, é uma necessidade. Mas o fato da distância ajuda a manter um relacionamento mais sadio e duradouro, porque as picuinhas são menores. A gente só tem tempo de comemorar quando estamos juntos e vamos ensaiar. A falta de uma rotina de ensaios é superada pela intensidade que precisamos ter em cada ensaio, e temos.


3. Falem sobre o trabalho da banda, o que foi lançado e o que esta sendo preparado para o futuro.

BRIX: Bom, acho que em 2006 ou 2007, por aí, a gente chegou a gravar umas musicas pra ter alguma material pra pelo menos mostrar alguma coisa musical da gente além do show propriamente dito. Gravamos no Bambi em Uberlândia com o que o dinheiro nosso podia na época, na verdade com o que o dinheiro do Tcherj e os nossos trocados davam. Mas num espalha não que acho que ele esqueceu dessa grana. Mas o Bambi fez um bom trabalho com o que dava pra fazer com a “nossa” grana e o nosso talento da época. Mas valeu tanto a pena que criamos alguns hits aí que algumas pessoas cantam em nossos shows, em vários lugares, como Serafina. Gravamos também algumas musicas avulsas com o produtor Ricardo em Goiânia, e outras gravações fundo de quintal mesmo.

Agora mais maduros e mais potentes, conseguimos aprovação de um projeto de gravação e lançamento do nosso primeiro CD de verdade pela lei municipal de incentivo a cultura, e acreditamos que até março do ano que vem o CD estará disponível. Ta nos finalmente.


4. Qual a opinião da banda sobre o cenário independente local? Vocês lembram de como eram as coisas há alguns anos? O que mudou de lá pra cá?

ModaFocka: Falar de cenário musical de um local é bem complicado cara. A gente sempre parte pela comparação. Mas só como uma mera opinião a cena Uberlandense é muito mais do que era a alguns anos atrás, mas quem viu essa cena de hoje crescer e ser o que é hoje também viu quem fez isso acontecer. A galerinha que corria atrás de amplificador e microfone emprestado, tocava com equipamento todo ferrado, nos lugares mais esdrúxulos possíveis, em garagens, quadras de futebol, republicas de estudantes, casa de algum loucura que os pais viajaram, galpões e até lava-jatos, aí começaram a se juntar e se organizar pra evoluírem. Então as bandas e os produtores que estão se destacando hoje em Uberlândia não caíram de pára-quedas, e é por isso que o trabalho deles tem que ser valorizado.

Nossa banda em particular, não participa diretamente de nenhuma cena em especial, de nenhum eixo, de nenhum fora do eixo, nada disso. A proposta é fazer o que esses caras que a gente citou fizeram, criar e evoluir dentro da cena, e não se aproveitar do sucesso alheio pra se escorar, fazer um sucessinho local e depois criticar quando o sucesso acabar. A gente acha mais justo se fortalecer dentro da cena pra não cair no esquecimento depois.


5. Nesse fim de semana vocês vão tocar no Jambolada, o evento de maior visibilidade da cena independente da região, para um público médio de 3 mil pessoas. O que significa isso para vocês? Tem alguma banda na programação que vocês se identificam?

BRIX: Significa muito pra banda, pois vamos tocar pela primeira vez num evento dessa grandeza na nossa terra natal. Eu já toquei com o Deads Smurfs no Jambolada em outras edições passadas e quero que a banda inteira sinta essa energia de Uberlândia. Estamos todos pilhadassos.

Na programação tem várias bandas sensacionais que se a gente ficar falando aqui vai ser chato, porque na banda todo mundo gosta de alguma coisa, desde Sepultura a Porcas Borboletas.


6. Pelo visto ninguém vive da banda e todos tem ocupação. Como é levar a banda em paralelo com as atividades do dia? É um hobbie para todos ou vocês tem maiores pretensões?

Anymore: É difícil. Todo mundo tem trabalhos bem estressantes fora da banda, acaba que consome muito da nossa energia, mas a nossa intenção ainda é de viver de música, isso é consenso. Tocar realmente extravasa nosso tensão, mas mesmo assim não é um hobbie, a gente leva muito a sério porque ninguém da gente agüentaria viver atrás de uma mesa brigando com colegas de trabalho pela temperatura do ar condicionado e tentando operar milagres invocando forças ocultas para o relógio do ponto andas mais depressa. As pretensões da banda como banda não tem limite, desde que prevaleça a diversão sem esquecer da fama e da grana, que é um objetivo paralelíssimo.


7. Fora a música, vocês tem outras paixões? Sei que um de vocês se amarra em futebol.

ModaFocka: Eu sou Uberlândia Esporte Clube acima de tudo e são paulino daí pra baixo. O Igordino também é um amante de futebol e é flamenguista. Às vezes rola alguns atritos nesse esquema, mas é porque esse flamengo rouba demais quando os dois times se encontram. Mas acho que o Igor sofre mais com esse negócio de futebol na banda porque a namorada dele, a Anymore, é Fluminense roxa. Mas esse ano as coisas vão ficar melhores porque os times não vão se encontrar tanto assim, hehe. Assim como nesse ano o BRIX não falou muito de futebol, devido a queda do seu Vasco da Gama. Já o Tcherj detesta futebol.

No mais, as paixões são bem parecidas: Sexo, Drogas e Rock n Roll!


8. Onde vocês costumam buscar informações sobre bandas que curtem? Sobre as bandas locais, vocês acham que falta um mecanismo de divulgação das mesmas? Só internet resolve?

Igordino: Acho que a internet é um excelente meio de arquivamento e acesso de informações musicais, mas devido a sua grandeza, a parte de divulgação ainda é muito dispersa. Talvez rolasse de centralizar mais as informações de determinados lugares em canais e sites específicos. É mais negócio apoiar algumas iniciativas da internet do que tentar fazer parte de tudo e no fritar dos ovos não aparecer em nada. A internet existe e sempre vai existir a nosso favor, mas a divulgação melhor ainda são os bons e velhos shows de Rock. Aí quem gostar do show tem um meio fácil de conhecer mais. Não é interessante colocar tudo por conta da rede.


9. Toda banda deve buscar o profissionalismo, por menor que seja? Ou o importante mesmo é levar na diversão?

Tcherj: Cada um é cada um né... A gente procura ser o mais profissional possível, pois como já comentamos, nossas pretensões são enormes e levando na brincadeira não vai vingar nada. Pois na verdade toda banda quer isso, ser reconhecida e tudo mais, viver da banda. Por mais que uma banda possa se apresentar com uma postura “foda-se”, a intenção ainda será de apresentar o que gosta e encontrar quem goste e se identifique com o que você tem pra oferecer. Mas seriedade não quer dizer fingimento, então a diversão anda junto com o profissionalismo. Por que não ser um divertido profissional?


10. Pra finalizar, deixem uma mensagem e digam onde o pessoal pode conferir o trabalho de vocês.

Sérgio: Segura o tchan, amarra o tchan, segura o tchan, tchan, tchan, tchan, tchan...

BRIX: Sexo, Drogas e Rock n Roll!

Anymore: Minha mensagem é: “Coloque o amendoim, no buraco do amendoim!”.

Valeu galera. Bjs e Um abraço!

ModaFocka: Acho que é myspace.com/johnnyalfredo, mas procurem a gente no Orkut, na comunidade tem tudo. Parabéns pra minha namorada Bárbara que faz aniversário no dia do show. Mãe, se for no show, aquele é só meu personagem, não me deserde por favor.

Igordino:...

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